quarta-feira, 10 de setembro de 2008



Programa Rio
Estado da Bicicleta






O programa Rio – Estado da Bicicleta, de incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte, compreende um conjunto de 15 iniciativas de curto, médio e longo prazo.



Objetivos:


Estimular o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo para a parcela da população que hoje faz suas viagens a pé;

Implantar, em parceria com os demais órgãos de transporte e trânsito do Estado e dos municípios, políticas de educação para o trânsito;


Integrar a bicicleta aos outros modais de transportes, funcionando como transporte complementar, para percursos de curta distância;

Apoiar os municípios do Estado do Rio de Janeiro a construir ciclovias, ciclofaixas e sistemas cicloviários;

Instalar bicicletários públicos;

Promover e apoiar eventos esportivos, culturais e institucionais que incentivem o uso da bicicleta como meio de transporte.

Fontes de financiamento: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Governo Federal.

Programa Educacional - Ações Educativas instituições de ensino

Escola da Bicicleta: Instalação da Escola da Bicicleta na Estação Barão de Mauá, na Leopoldina, Zona Norte do Rio;

Criação de multiplicadores na Rede Educacional;

Elaboração de material pedagógico;

Concursos em estabelecimentos de ensino para incentivar o uso da bicicleta;

Ação educativa junto aos sindicatos de transportes coletivos e de carga;

Capacitação de agentes de trânsito.

Programa Operacional

Implantação de 1.000 quilômetros de ciclovias em todo o Estado do Rio de Janeiro com 10 quilômetros em cada um dos 92 municípios e 80 quilômetros ao longo do Arco Rodoviário Metropolitano;

Bicicletário Integrador – Bicicletários estratégicos em pontos de parada e terminais de transporte coletivos (ônibus, trens, metrôs e barcas). Valor integrado à passagem para utilização dos bicicletários.

Ecovias – Implantação de ciclovias nas margens de rios que estão sendo dragados e recuperados pela Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), como, por exemplo, os rios Sarapuí e Meriti-Pavuna, para estimular a circulação intermunicipal e evitar a ocupação desordenada;

Bicicleta Pública – Sistema de locação de bicicletas a baixo custo, com instalação de bicicletários automatizados em áreas estratégicas, onde o usuário poderá retirar e devolver as bicicletas – sem se preocupar com manutenção ou estacionamento. A bicicleta passa a fazer parte do mobiliário urbano.

Eventos Promocionais

Tour do Rio – A Volta do Desenvolvimento - Evento ciclístico anual para atletas de alta performance, nos moldes do Tour de France, para percorrer diversas regiões do estado, divulgando o uso da bicicleta em cidades-sede das provas, com eventos paralelos voltados para o público local.

Campanhas Institucionais: o slogan “Vá de bicicleta. Faz bem para você, faz bem para o Rio”, foi criado como base para campanhas publicitárias institucionais, visando estimular o uso da bicicleta no deslocamento para eventos culturais e esportivos, como cinemas, teatros, casas de shows, estádios e praças esportivas etc.

Resumo do Programa Rio - Estado da Bicicleta

As grandes cidades vivem uma crise de mobilidade que tende a se agravar. De acordo com o Plano Diretor de Transporte Urbano do Rio de Janeiro (PDTU), o deslocamento é lento nos horários de pico. Os estudos mostram que o tempo gasto para dirigir dois quilômetros em vias principais da Baixada Fluminense é de 40 minutos e os motoristas gastam, pelo menos, 30 minutos a mais no trânsito quando a Avenida Brasil, a Ponte Rio-Niterói, e as linhas Vermelha e Amarela estão engarrafadas. Mesmo assim, a cidade ainda é pensada para o carro.

Segundo os dados do Detran, em um período de dez anos (de 1997 a 2007) ocorreu um crescimento exponencial de carros no município do Rio na ordem de 40%, correspondente a 1,7 milhão de carros a mais. Em decorrência, o consumo dos combustíveis, o tempo dos deslocamentos e os custos aumentaram. Um exemplo foi a redução da velocidade média em vias arteriais da região metropolitana para 27,44 quilômetros por hora. Outra conseqüência da crise da mobilidade é o dano ambiental, uma vez que 7,9 milhões de toneladas de gás carbônico são emitidas por ano e os transportes rodoviários correspondem a 14% do total poluente.

Diante dos resultados das pesquisas e dos estudos, a Secretaria de Transportes enxergou a necessidade de criar no estado um Plano de Mobilidade Não-Motorizada, com a formulação de diretrizes estaduais a serem sugeridas para os municípios. O plano estuda a acessibilidade de cidadãos com deficiências físicas e os deslocamentos de baixo custo no estado. A bicicleta foi a alternativa mais barata, viável, rápida e facilmente integrável ao sistema de transporte.

Por isso, a secretaria criou o programa Rio – Estado da Bicicleta, que visa estimular o uso da bicicleta como meio de transporte urbano em todo o estado, integrando-a aos outros modais, através da criação de sistemas cicloviários nos municípios. O projeto tem custo estimado em R$ 60 milhões e se estrutura em três pilares: o do Rio como estado com vocação para os esportes, o do crescimento econômico e o da sustentabilidade.

Além disso, prevê a construção de ecovias às margens de rios; programas de educação para o trânsito, em parceria com as demais secretarias estaduais, órgãos de trânsito do estado e dos municípios; campanhas de divulgação intensivas e segmentadas; e a realização de tours e provas ciclísticas por todo o estado, com o objetivo de disseminar o uso da bicicleta. Um dos objetivos do programa é implantar mil quilômetros de ciclovias, com 10 quilômetros em cada um dos municípios e 80 quilômetros ao longo do Arco Rodoviário Metropolitano.

Segundo os estudos, uma vaga de carro equivale a seis bicicletas, ou 20 compactadas. Além disso, a bicicleta pode transportar sete vezes mais pessoas que o carro, ocupando o mesmo espaço. O programa Rio – Estado da Bicicleta não pretende substituir nenhum transporte de massa, mas integrá-los. O objetivo do programa é criar uma nova cultura cicloviária e promover uma revolução do transporte para deslocamentos curtos, com trajetos de até cinco quilômetros.

Outro fator determinante para o nascimento do programa é o fato do Rio de Janeiro ter a segunda malha cicloviária da América Latina, ficando atrás apenas da Colômbia. Contudo, ela é subaproveitada porque é restrita, sem continuidade. Os estudos para a implementação do Rio – Estado da Bicicleta mostram que ciclovias já existentes podem ser prolongadas e que outras podem ser construídas. No município do Rio, por exemplo, as ciclovias são restritas à orla e, por isso, são mais utilizadas para o lazer. Apesar disto, é preciso ressaltar que, na região metropolitana do estado, 90% da população utiliza a bicicleta para o deslocamento diário, como principal meio de transporte.

A parte operacional do programa prevê a implementação de um sistema de bicicleta pública, com locação de bicicletas a baixo custo. Para isto, bicicletários automatizados serão instalados em áreas específicas, como terminais de ônibus, trens, metrôs e barcas, onde o usuário poderá retirar e devolver as bicicletas sem se preocupar com a manutenção ou estacionamento. A bicicleta passará a fazer parte do mobiliário urbano. Um facilitador para que o sistema de bicicleta pública tenha êxito é o fato do Rio de Janeiro ter o maior sistema de bilhetagem eletrônica do Brasil.

Em Barcelona, o sistema de bicicletas públicas espanhol (Bicing) é utilizado para pequenos trajetos e complementar ao transporte tradicional, com 1.500 bicicletas e 120 postos. Em Paris, o sistema Velib iniciou em 2001 e conta com 20.600 bicicletas, 437 quilômetros de ciclovias, 1.451 postos e cartão integrado ao sistema de transporte público. Em Amsterdam, na Holanda, 28% das viagens diárias são feitas de bicicleta. Já em Berlim, 15% são realizadas por bicicletas, em 753 quilômetros de ciclovias. O sistema de serviço é chamado Call a Bike.

O programa educacional do Rio – Estado da Bicicleta prevê a criação da Escola da Bicicleta na Estação Barão de Mauá, na Leopoldina; a capacitação de agentes de transito; ações educativas em escolas e universidades públicas, com a elaboração de material didático para o corpo docente e a criação de multiplicadores na rede educacional; a inclusão do tema nas provas do Detran para a retirada da carteira de habilitação e a renovação do CNH; e ações educativas junto aos sindicatos de transportes coletivos e de carga.

Na Internet, o programa ganhará um blog com endereço exclusivo. A secretaria criou a Turma do Pedal, composta por personagens interativos chamados Bike e Magrela. Eles irão divulgar de forma didática e lúdica os benefícios da bicicleta por meio da interação com adolescentes e jovens.

O slogan do projeto Rio – Estado da Bicicleta é “Vá de bicicleta. Faz bem para você, faz bem para o Rio”. A bicicleta além de não poluir o ambiente, traz diversos benefícios à saúde. Pedalar 30 minutos reduz em 30% o risco de hipertensão e em 50% o risco do aparecimento de doenças cardiovasculares.